Como saber se meu filho precisa de acompanhamento psicológico?
- Marcos Miranda
- 2 de mai. de 2024
- 3 min de leitura

Antes de tudo, crucial reconhecer que acompanhamento psicológico é uma prática saudável para todas as pessoas, independentemente da faixa etária. Mas em alguns casos, ela se torna uma necessidade essencial.
Identificar se um adolescente necessita desse suporte profissional envolve considerar uma variedade de fatores indicativos. Pesquisas, como o estudo conduzido por Lopes et al. (2016), ressaltam a relevância de avaliar a prevalência de transtornos psiquiátricos entre os adolescentes, fornecendo dados essenciais sobre a saúde mental nessa fase da vida. Além disso, a literatura destaca a importância da qualidade da relação materno-infantil no desenvolvimento saudável da criança, o que consequentemente pode influenciar a saúde mental do adolescente (Cabral et al., 2021).
Um dos sinais é a identificação de possíveis casos de violência e abusos, pois adolescentes expostos a situações traumáticas podem necessitar de apoio psicológico. Além disso, a associação entre violência psicológica e transtornos de estresse pós-traumático em adolescentes destaca a importância de reconhecer sinais de violência para intervir precocemente (Álvares et al., 2021).
Sintomas emocionais e comportamentais também são indicadores importantes a serem considerados na avaliação da necessidade de acompanhamento psicológico em adolescentes. Para identificar, é fundamental considerar sintomas emocionais e comportamentais que possam indicar a presença de problemas de saúde mental. Sintomas como ansiedade e depressão são indicadores cruciais a serem avaliados, pois estudos demonstram que altas taxas desses sintomas podem estar presentes em adolescentes que necessitam de suporte psicológico (Borges et al., 2023). Além disso, a presença de sintomas de ansiedade em 65,6% e sintomatologia depressiva em 55,8% dos adolescentes pode ser um sinal claro da necessidade de intervenção psicológica (Borges et al., 2023).
Outros sintomas emocionais, como reatividade emocional, queixas somáticas e desinteresse, também podem ser considerados na avaliação da necessidade de acompanhamento psicológico em adolescentes (Lara et al., 2022). Problemas de comportamento, como hiperatividade, déficit de atenção e problemas de conduta, também são indicadores importantes a serem observados, pois podem sugerir a presença de dificuldades emocionais e comportamentais que requerem atenção especializada (Diogo et al., 2021).
A detecção precoce de situações de risco, é fundamental para garantir a segurança e o bem-estar dos adolescentes (Cedaro and Nascimento, 2013).
Por isso, é importante considerar fatores de proteção associados a problemas emocionais e comportamentais em adolescentes, como práticas educativas parentais e competência social, para uma avaliação mais abrangente da necessidade de acompanhamento psicológico (Andrade et al., 2021; Teixeira et al., 2014).
A identificação precoce de sintomas depressivos e de ansiedade em adolescentes em situação de vulnerabilidade social também é crucial para garantir a oferta de suporte adequado a esses jovens (Barbosa et al., 2016).
Portanto, ao avaliar se um adolescente precisa de acompanhamento psicológico, é essencial considerar uma ampla gama de sintomas emocionais e comportamentais, como ansiedade, depressão, hiperatividade, déficit de atenção, reatividade emocional e queixas somáticas, juntamente com fatores de proteção e contexto social, para garantir uma intervenção eficaz e personalizada. Mas também é importante considerar uma abordagem holística que leve em conta também os fatores ambientais, familiares e eventuais exposições a situações de risco, a fim de fornecer o suporte adequado para promover a saúde mental e o bem-estar dos jovens.
Referências:
Cabral, T., Bezerra, R., Oliveira, K., Vieira, A., Martins, F., Oliveira, V., … & Mariano, D. (2021). Relação materno infantil e o desenvolvimento da criança. Research Society and Development, 10(3), e37610313162. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13162
Lopes, C., Abreu, G., Santos, D., Menezes, P., Carvalho, K., Cunha, C., … & Szklo, M. (2016). Erica: prevalence of common mental disorders in brazilian adolescents. Revista De Saúde Pública, 50(suppl 1). https://doi.org/10.1590/s01518-8787.2016050006690
Andrade, E., Bernardes, J., Lisbôa, C., & Marin, Â. (2021). Práticas educativas parentais e problemas emocionais/comportamentais em adolescentes com altas habilidades/superdotação intelectivas. Psicologia Ciência E Profissão, 41(spe3). https://doi.org/10.1590/1982-3703003203883
Barbosa, D., Andrade, R., Teixeira, C., Neto, M., & Felden, É. (2016). Sintomas depressivos em adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Cadernos Saúde Coletiva, 24(2), 221-227. https://doi.org/10.1590/1414-462x201600020195
Borges, J., Nakamura, P., & Andaki, A. (2023). Alta prevalência de ansiedade e sintomatologia depressiva em adolescentes na pandemia da covid-19. Revista Brasileira De Atividade Física & Saúde, 27, 1-8. https://doi.org/10.12820/rbafs.27e0287
Cabral, T., Bezerra, R., Oliveira, K., Vieira, A., Martins, F., Oliveira, V., … & Mariano, D. (2021). Relação materno infantil e o desenvolvimento da criança. Research Society and Development, 10(3), e37610313162. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13162
Diogo, M., Akerman, L., & Borsa, J. (2021). Sintomas de hiperatividade e déficit de atenção em uma amostra de crianças escolares brasileiras. Contextos Clínicos, 13(3), 828-848. https://doi.org/10.4013/ctc.2020.133.06
Lara, A., Froeseler, M., Ohno, P., & Teodoro, M. (2022). Relações familiares, cognições disfuncionais e problemas emocionais e comportamentais dos filhos. Ciencias Psicológicas. https://doi.org/10.22235/cp.v16i2.2370
Lopes, C., Abreu, G., Santos, D., Menezes, P., Carvalho, K., Cunha, C., … & Szklo, M. (2016). Erica: prevalence of common mental disorders in brazilian adolescents. Revista De Saúde Pública, 50(suppl 1). https://doi.org/10.1590/s01518-8787.2016050006690
Teixeira, M., Seraceni, M., Suriano, R., Sant'ana, N., Carreiro, L., & Paula, C. (2014). Fatores de proteção associados a problemas emocionais e comportamentais em escolares. Estudos De Psicologia (Campinas), 31(4), 539-548. https://doi.org/10.1590/0103-166x2014000400008
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